Tomando friamente, e por empréstimo, parte da
classificação biológica para os seres vivos, entendo a poesia como espécie do
gênero literatura, da família arte, da
ordem intelectual. Como toda arte, trata-se do substrato da
inquietação da alma. O resultado da observação do artista, que lapida a
experiência humana usando a palavra por buril.
Quando as coisas da vida atormentam o homem, estimulam o
seu potencial criativo. Alguns, os cientistas, vão pesquisar as causas, tentar
decifrá-las, buscar explicações e resultados precisos, bem como as soluções
cabíveis. Os artistas, por sua vez, as sentem e as traduzem em pinturas,
esculturas, textos, músicas, encenações, danças etc. É a inquietação! A poesia
é, portanto, a meu ver, o mais belo produto da observação que o homem conseguiu
destilar em palavras.
Ádlei Duarte de Carvalho – poeta e romancista (Belo Horizonte, MG).